terça-feira, 21 de abril de 2015

Dia de onça

E não é que tem uma onça deitada no muro de minha casa... 
Elegante, olhando o fim do mundo, ela murmura preces em língua desconhecida. Pede pelo fim do egoísmo dos homens. Pede que criem olhos e asas. Pobre linda onça, não sabia que chorava. Das suas lágrimas negras nasceram suas pintas. Da dor da mata. Dos sonhos partidos. Dos filhos perdidos para o abismo da humanidade. Vem minha onça querida, deita ao meu lado, quero criar pintas. Quero aprender ser bicho.

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